sexta-feira

C.R.A.Z.Y.

"Eu calço é 37
Meu pai me dá 36
Dói mas no dia seguinte
Aperta o meu pé outra vez..."

Um filme praticamente narrado pela trilha sonora e determinado pelos principais acontecimentos culturais dos anos 60, 70 e 80, C.R.A.Z.Y. é um filme de amor. Loucos de amor.

Marcado pela crise existencial do terceiro filho de uma típica família canadense que tem seus conflitos sempre superados pelo incrível amor que sentem uns pelos outros.

Zac vive em crise por não conseguir assumir sua homossexualidade para a família, principalmente para o pai autoritário e, mais ainda, para si próprio. Ele carrega uma culpa do tamanho do mundo por achar que está sempre a decepcionar o pai, juntamente com seus conflitos religiosos espelhados na doce mãe e se pune sempre em detrimento de sua liberdade.

Ao som de Stones, muito David Bowie, Pink Floyd e Patsy Cline, os personagens têm seus perfis psicológicos brilhantemente construídos pelo diretor Jean-Marc Valée e nos trazem toda a ternura, o amor, o ódio, o perdão, as mágoas, as paixões, o caos e a reconstrução da família em forma de risos, choro, soluços e surpresas num excelente jogo de câmeras e interpretações formidáveis.

Um filme marcante, com fatos que seriam trágicos se não fossem cômicos e vice-versa, que mais uma vez leva o meu mote principal da existência humana: fundamental é mesmo o amor.

E mais: principalmente quando o assunto é família, fundamental também é o respeito. Mas este, muitas vezes, só vem com o tempo. O tempo da maturidade que faz a gente se ver e ver nossa família com outros olhos: os olhos do amor. Mais uma vez o amor.







quinta-feira

As Luzes De Um Verão




Amo filmes sobre a simplicidade da vida. Sobre pequenos prazeres cotidianos e relações humanas.

À La Verticale de l'été se passa em Hanoi, que é um lugar maravilhoso onde chove muito, tem praias paradisíacas e casas lindas, coloridas, de grandes janelas e pé direito alto.

Eles comem o tempo todo e têm uma relação muito legal com a comida. Dá água na boca muitas vezes. São batatas-doces colhidas do quintal e cozidas e devoradas lá mesmo. O arroz, comido pela manhã, sobe pela janela por uma cordinha, enviado pelo dono da loja de baixo. Há refeições sagradas para homenagear os antepassados.

Velvet Underground acorda os protagonistas todas as manhãs. Ao som de "Pale Blue Eyes"e "Coney Island Baby" os irmãos se espreguiçam, praticam tai-chi ou algo parecido aos primeiros raios de sol, cortam as unhas dos pés, comem, brincam, flertam. Tudo bem demoradamente, sem pressa, sem stress.

Também tem Arab Strap, The Married Monk e a trilha asiática composta por composta por Trin Cong Son.

Tudo trilhando perfeitamente o passear na chuva, as brincadeiras com o filho menor, fotografias botânicas, momentos de não-inspiração literal, fantasias sexuais, o pentear dos longos cabelos azulados...
Um filme encantador, com trilha sonora idem. Pura poesia.

Se eu vivesse num sociedade onde o normal fosse acordar de manhã sem pressa com tempo suficiente pra me espreguiçar e me alongar bastante, contemplar o sol e gritar pro tio lá de baixo pra que mande o meu arroz quentinho, certamente também iria acordar com um Velvet Underground bem maneiro. Acho que vou fazer isso assim mesmo.

Aqui você confere uma entrevista bem legal com o diretor, Tran Ahn Hung , que também fez de O Cheiro do Papaia Verde.



terça-feira

Babel, Donnie Darko e seus efeitos borbleta


Babel é um flme genial. Na intersecção de histórias dos quatro cantos do mundo, mais uma vez o efeito borboleta, a teoria do caos, aparecem.

É ridículo negar que somos fatos isolados. Que nossas vidas são independentes de qualquer coisa que façamos.

O mundo é uma enorme teia de possibilidades regidas pelo livre arbítrio humano. Ser este que, tão ego- isticamente, acha ser o livre arbítrio algo extremamente singular.

Se um simples assoar de nariz pode gerar uma revolução microscópica, imagine o resultado das atitudes que tomamos no dia-a-dia. A vida é feita de escolha, portanto, feita de erros e acertos. Ou seja, metade da vida é feita de cagadas.

Decidir o que é melhor pra sua vida certamente vai influenciar muitas outras. A sua vida é minha vida também, simplesmente porque eu sou parte de você.

É muito pequeno pensar que a minha vida só a mim pertence, porque se tudo o que existe no universo tem a mesma fonte de origem, tudo se pertence. E se tudo se pertence e coexiste, todos são correspnsáveis pelo caos e pela ordem, essa incrível dinãmica de geração e destruição por onde evoluímos.

Só existe a nobreza porque existe a pobreza. O bem e mal. O belo e o feio. Essa dualidade universal, esse Yin e Yang infinito, a polaridade da criação, tudo isso é realmente fascinante.

E dá-lhe Murphy. Já que tudo tem 50% de chances de ser sim e os outros 50% de ser não, veja se, a partir de agora, começa a escolher direito os rumos da tua vida. E da minha também.

Babel ganhou oscars de melhor filme e melhor trilha sonora. O primeiro, responsabilidade do fodão Alejandro Gonzalez (21 gramas, Amores Brutos), o segundo, do meu queridinho Gustavo Santaella ( Diários de Motocicleta, Amores Brutos, Brokeback Montain).


A trilha tem dois discos.

Ambos são excelentes.

Tem trilha pras quatro histórias do filme. As do Marrocos são belíssimas. As do México, divertidíssimas. E as do Japão não deixam a desejar, principalmente a versão pista de September.




O mesmo ocorre em Donnie Darko, só que, dessa vez, o enredo é diferente.

O filme tem um ar sombrio, bizarro, mas não menos questionador.
Tudo começa com o dia em que Donnie deveria ter morrido num acidente em sua casa mas não morreu, pois na mesma noite, pra seu primeiro espanto, acorda de pijamas num lugar bem diferente da sua cama. A partir daí, começa a ver que a vida é muito mais do que a maioria das pessoas que o cercam pensa. E vê que tudo está em constante movimento, transformação e que coincidências não existem.

O elenco é indiscutível. Jacke Gyllenhaal, Patrick Swaiyze, Noah Wyle, Drew Barrimore, Jena Malone...

A trilha também é bem diferente da de Babel, mas um prêmio aos meus ouvidos, pois é recheada com os melhores clássicos dos anos 80. Não por acaso, o filme começa com Killing Moon, do Echo and The Bunnyman (não haveria banda com nome mais sugestivo).

Ouça. Faça a sua parte. Escolha música de qualidade.


Você vai adorar. Ou não.

Eu vi, ouvi e agora estou aqui, comentando pra que vc ouça também. É o meu bater de asas causando um terremoto no Japão. Tenho certeza.










Chocolat








Pense numa coisa de dar água na boca.

Pensou em uma?

Eu pensei em três: Johnny Depp, Juliette Binoche e chocolate.

Ok. Eu pensei no filme.

Aí lembrei de chocolate quente com pimenta, torta mousse de chocolate, Depp cigano tocando vilão flamenco, frango com calda de chocolate (é sério, fiquei com vontade!), ciganos lindos e cabeludos, vilarejo na França, Judi Dench perfeita como sempre, a menininha com seu canguru imaginário, muitos tons de vermelho, namoro no barco cigano...

Que delícia de filme. Em vários sentidos. Aliás, realmente um despertar de sentidos.

E a trilha é encantadora. Não é a toa que foi indicada ao Oscar. É da Rachel Portman, que também trilhou Oliver Twist e alguma coisa do Infamous.

Ouça a trilha, comendo um chocolate e pensando no Johnny Depp cigano.

Que loucura, heim?







domingo

Juno e eu


Havia um tempo em que eu me perguntava quanto tempo pode durar um amor.

O amor por um bicho de estimação pode durar até ele destruir seu casaco favorito como o wolverine? Não. Pode durar mais.

O amor pelo seu pai pode durar até ele achar que sua vida acabou depois que conheceu seus filhos? Não. Pode durar mais.

O amor pela sua mãe pode durar até ela eleger seu irmão seu filho favorito? Não. Pode durar mais.

O amor por alguém que te prova o tempo todo ser a melhor pessoa a estar ao seu lado pro resto da vida pode durar até que alguém sinta uma sombra de dúvida? Não. Pode durar muito mais do que isso.

O amor pode durar pelo tempo que você quiser quando você aceita que ele deve existir pelo simples fato de que certas coisas, certas pessoas estão aqui para que você se torne a cada dia uma pessoa melhor. E fazer desse amor sua verdadeira paixão.

Amor e paixão são coisas diferentes? Sim, mas podem ser a melhor combinação que existe quando você simplesmente torna o seu amor sua maior paixão. Se apaixonar por um tipo especial de amor.

Esse amor que faz tudo valer a pena, que faz sua vida ter um verdadeiro sentido, que faz sua existência ser a peça mais importante de um quebra cabeças que pode ser montado e reinventado das mais diversas maneiras.É amar a verdadeira essência das coisas e das pessoas que fazem de você uma pessoa melhor. É olhar pra alguém e saber que independente do que parece belo,feio,estranho ou complicado, o sol sempre vai fazer suas bundas brilharem . E isso vai fazer sempre com que você se sinta uma pessoa melhor.

É muito piegas e até tosco citar uma frase tão incrível e verdadeira mas que, por vários motivos as vezes se torna banal, mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Quem será que pensou nisso? O Fernando da pessoa ou a pessoa do Fernando. Não importa. O que importa é que ele estava certo.Encontrar alguém na sua vida que faz você entender que tudo vale a pena, que o amor pode durar pra sempre-ou muito, muito mais do que você imagina-não tem preço. Olhar a mesmo a bunda todos os dias e ver que o sol nunca vai deixar de fazê-la brilhar, não tem preço.

Não tem preço a capacidade que nós temos de reinventarmos a nossa história num mesmo mesmo palco, porque se os atores principais estiverem fazendo essa história valer cada centavo cobrado pelos ingressos, a gente pode encenar essa peça pro resto da vida porque é fácil transformar o cenário, trocar os coadjuvantes, tornar essa apresentação de temporadas de duração indeterminada se a gente conseguir se manter no papel principal. E os protagonistas ficam tão felizes e realizados em manter seus postos inabaláveis por tanto tempo, mesmo com tantos cenários diferentes, com tantas platéias distintas, com tantos coadjuvantes que já passaram por aquele palco que vale a pena seguir com essa peça pro resto da vida, já que ele já se tornou uma verdadeira obra de arte-que as vezes precisa de algumas alterações, atualizações, recalques-mas que sempre vai garantir nossos nomes no topo do bilhete.

Juno me fez pensar na minha vida e na incrível capacidade que nós temos-e que muitos negligenciam-de aceitar as pessoas como elas são e nos aceitar assim também e não deixar escapar a chance de escolher, escrever e apresentar o melhor roteiro que as nossas vidas poderiam ter.Só você pode decidir o quanto vai durar um amor. Mas quando você se apaixona por um mesmo amor tantas vezes que fazer sua vida estar sempre recheada de surpresas e encantamentos e aceita isso como um grande merecedor, esse amor pode durar uma vida inteira.

Hoje eu tenho certeza disso.

Você já parou pra pensar quanto tempo da sua vida já perdeu julgando alguém bem no momento em que poderia estar aproveitando o melhor dessa pessoa?

Tic-tac, tic-tac...

Sim, eu também. Você não está sozinho. E garanto que nunca é tarde pra rever seus conceitos e tentar ser uma pessoa melhor. Ou melhor: ser uma pessoa melhor.Nunca é tarde pra começar nada, pois tudo o que faz parte do nosso crescimento, da nossa evolução,não é apenas o começo. É mais um degrau.

Eu sou, definitivamente, o tipo de pessoa que acredita que esta nossa vida de hoje não será nossa única vida e que ela é fruto de outras que já vivemos e será responsável por outras tantas que viveremos ainda. Mas também sou o tipo de pessoa que, definitivamente, acredita ser esta vida atual a mais importante de todas, pois é só no agora que a gente evolui.

Se eu fosse você, punha pra tocar a trilha de Juno e começaria a pensar no quanto dura o amor pra você. Comece pensando no amor que sente por você próprio que vai ficar mais fácil saber o quanto pode durar seu amor pelos outros. E lembre que, se um dia alguém te amar tanto, de tantas maneiras, nas mais diversas situações(e não vá pensando que a vida é feita só de boas situações e que só as boas situações fazem com que tudo valha a pena) e você souber que pode amá-la da mesma forma e, principalmente amar a si próprio da mesma forma, não deixe ela escapar. Apenas tente se apaixonar novamente cada vez que você pensar que esse amor pode acabar. E ele poderá durar a vida inteira.

Prosseguindo com a minha mania de parafrasear, quero dizer que, de tudo o que importa, na boa: fundamental é mesmo o amor.

Juno. Para ver e sentir

E para ouvir: Buddy Holly, Mateo Messina, Sonic Youth, Belle & Sebastian, Cat Power(que tornou Sea of Love ainda mais doce), Kimya Dawson e muito mais do bom e do melhor.



Sea of Love pra aquecer os corações


segunda-feira

Sofia Coppola




Que eu amo todos os três filmes da Sofia Coppola é fato. Que ela é fã de Air, pós-punk e rock também.

Em Virgens Suicidas, seu primeiro longa, a trilha é todinha do Air, que tem um álbum de mesmo nome que é a própria trilha. O filme é muito bom. Sofia fala de seus temas preferidos: casamento e tédio.

Depois veio Encontros e Desencontros, Lost in Translation. Meu preferido. Novamente o tédio e o casamento. Aqui, a trilha é de responsabilidade de Kevin Shields, ex My Bloody Valentine. Tem música dele, da ex-banda, tem Air outra vez, tem Jesus and Mary Chain. Animal. Mas o que eu queria ouvir mesmo, quando baixei a trilha, era a Scarlett Johansson e o Bill Murray cantando as músicas no karaokê(Brass in Pocket, Summertime-que não tá na cena do karaokê mas é a bela quem canta- e More Than This , respectivamente). Baixei separadamente e valeu à pena. Mais pela Scarlett, que também é uma fofa cantando, tem uma voz também deliciosa e recentemente lançou um álbum.


O mais recente é Marie Antoinette. Tédio e casamento. Achei o filme do caralho e a trilha sonora idem. Também é do Kevin Shilds. Já de cara tem Siuxie And The Banshees, tem Cure, Strokes, New Order com a minha favorita "Ceremony", Jesus And Mary Chain e Air(lógico) , tem um monte de coisas indies que eu dispenso mas as eruditas são belíssimas.

Tô na torcida pra que a herdeira do mestre Coppola venha logo nos agraciar com mais uma de suas delícias para ver e ouvir, sobre o tédio, mas nem um pouco entediante.
Salve Sofia.

Pra vocês, New Order



sexta-feira

Easy Rider


Filme de doidão, trilha sonora de doidão.


A primeira vez que ouvi essa trilha, depois de ver o filme, foi quando o meu pai - outro
doidão - me deu o CD num aniversário meu.


O filme, de
Dennis Hopper, é um clássico da contracultura norte-americana.Conta a história de dois doidões que, com a grana da vende de uma quantidade absurda de cocaína, decidem comprar duas Chopper e rodar sem parar, sem relógio no pulso e curtir a liberdade tão sonhada.
Animal.
Tem Steppenwolf com The Pusher e Born To Be Wild (hinos dos doidões), tem The Weight (que eu aaaaaaaamo), tem Jimmy Hendrix, Byrds... só doideira!!

Vou deixar o vídeo de "Don´t
Bogart Me", mas não repara: é coisa de doido.








Quando eles estão na cadeia conhecem um advogado alcoólatra, interpretado por Jack Nicholson, que resolve se juntar à eles. Nesse momento ele fala o seguinte:

“Eles não têm medo de vocês, mas do que vocês representam. Para eles vocês representam a liberdade. Mas falar dela e vivê-la são duas coisas diferentes. É difícil ser livre quando se é comprado e vendido no mercado. Mas nunca diga a alguém que ele não é livre...porque ele vai tratar de matar e aleijar para provar que é. Você é que corre perigo.”

Se você foi, é ou se amarra num
doidão
, vai pirar no som desse filme.

Mas, não se esqueça:
don´t bogart that join, my friend...

segunda-feira

Cidade de Deus


Falando sério: se eu fosse dar uma festa e não quisesse ver ninguém parado, usaria boa parte da trilha sonora de Cidade de Deus na discotecagem.

A primeira parte da trilha é de responsabilidade de Antônio Pinto e Ed Côrtes, que fizeram também a trilha de Abril Despedaçado. Cheia de samba-funk instrumental, tem sua dinâmica em torno de Zé Pequeno, cuja célebre frase entrou no começo da primeira faixa.

As demais faixas são sambas malandros e alguns dos "hits" mais tocados nos anos 60 e 70, com direito à Cartola, Hilton,Candeia, Wilson Simonal e até Raul(toca Raul!).

Pra fechar a seleção, um remix da primeira música que, à primeira ouvida torci o nariz, mas agora gosto muito. Ficou um tecnosamba que na balada vai muito bem.

Pra vocês eu deixo as minhas preferidas: Alvorada(Cartola),Preciso me encontrar(Candeia) e Nem Vem que Não Tem(de Carlos Imperial, com Wilson Simonal).
Com eles não tem erro!






sábado

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças



Eternal Sunshine Of The Spotless Mind é uma das mais belas metáforas para a
vida eterna na reencarnação em forma de filme.

Pra quem não viu com esses olhos vale à pena assistir ao filme novamente.

Ele tá no meu top10 e a trilha sonora é perfeita. Foi feita pelo produtor,compositor e multi-instrumentista Jon Brion, responsável também pela trilha de Magnólia(entre outras). A escolha das músicas foi fantástica e os score são de matar.

Deixo pra vocês Everybody's Gotta Learn Sometimes na versão do meu freak preferido, o Beck.
Esta música está para o filme como Clementine Kruczynski está para Joel Barish.
Aqui você ouve todas as outras:


“Feliz é o destino da inocente vestal, esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Toda prece é ouvida e toda graça se alcança”. Alexander Pope .

Dançando no Escuro ou Como Aprendi a Gostar da Björk



Até o lançamento de Dancer In The Dark no Brasil eu não gostava nem um pouco dela.

Na real, nunca tinha conseguido ouvir uma só música inteira e também não fazia questão.

Quando lançaram o filme, pensei logo que seria uma tremenda cagada pois além de ter a dita cuja no papel principal era dela também a trilha sonora. Pra piorar, o filme ainda é um musical e, salvo algumas exceções, eu abomino musicais. Mas o filme tinha dois prós que me levaram ao cinema: além da participação da minha diva número um Catherine Deneuve, a direção é do fodão Lars Von Trier.

Quis conferir de perto e caí do cavalo. O filme é MARAVILHOSO, mesmo sendo muito, muito, muito, muito triste. Saí do cinema arrasada, louca pra me entorpecer com alguma coisa e parar de chorar. Fui direto pro banheiro e encontrei mulheres aos prantos, com os olhos borrados e os narizes vermelhos.

Fiquei mal por uma semana, mas como sou fã de sofrer no cinema foi um prato mais do que cheio.

Fiquei extremamente emocionada com o roteiro, com a atuação da Björk, principalmente com a trilha sonora e assim nasceu meu caso de amor com essa figura tão singular.
Essa mulher é extremamente talentosa e, pra quem ainda pensa o contrário, sugiro que assista ao filme.

A trilha tem faixas bem a cara dela, óbvio, com elementos eletrônicos reproduzidos lindamente com palmas e sapateados. As minhas preferidas são "My Favorite Things", que ela canta enquanto aguarda na cela, já quase louca com tanto silêncio, e "Dear Gene", que é a coisa mais doce do universo.

Veja o filme e se apaixone. Ouça o filme e morra de amores.

O vídeo é de I Seen It All


domingo

Diários de Motocicleta




Pra inaugurar o blog vou comentar a trilha sonora deste filme que não paro de ouvir.

Gustavo Santaolla, que também musicou Babel, Brokeback Montain e Amores Brutos, deu ao filme toda a emoção que Walter Salles mostrou na brilhante fotografia e Gael Garcia Bernal e Rodrigo de la Serna com carismáticas atuações.

Pra quem não sabe, Santaella, além de compositor, é também um dos músicos do Bajofondo, grupo "primo" do Gotan Project e afins, que mistura camdombe, tango e milonga com música eletrônica. Muito bom também, ou seja: o cara é o cara.

A trilha expressa ternura, coragem, medo, amor, paixão, carinho e entusiarmo. Elementos que determinam o enredo do começo ao fim.

Aqui vai a lista completa e no site da Amazon dá pra ouvir todas.
http://www.amazon.com/Motorcycle-Diaries-Various-Artists/dp/B0002TQZTO/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1207519439&sr=1-1

1. Apertura
2. Lago Frías
3. Chichina
4. Chipi Chipi
5. Montana
6. Sendero
7. Processión
8. Jardin
9. La Partida
10. La Muerte de la Poderosa
11. Lima
12. La Cilada de Lima
13. Zambita
14. Que Rico El Mambo
15. Círculo en el Rio
16. Amazonas
17. Cabalgando
18. Leyendo en el Hospital
19. El Cruce
20. Partida del Leprosario
21. De Usuahia a la Quiaca
22. Revolución Calente
23. Ao otro lado del Río

A minha preferida é a número 9, "La Partida": uma versão mais enfática da "Apertura". Sou apaixonada por violão e essa música é do tipo que marca, emociona, principalmente pra quem sabe do que se trata o filme.




Mas vou mostrar também a última, "Ao otro lado del Rio", porque tem letrinha pra cantar junto, que sempre é legal.