quarta-feira

Me and You and Everyone We Know




Sabe aquele filme que te deixa de cara 100% do tempo? Então.


Miranda July, atriz, diretora e artista plástica fez algo realmente justo. Mostrou faces dos relacionamentos e cotidianos de pessoas comuns, como eu e você, em situações (sim!) comuns, pelas quais eu ou você passaríamos mas costumamos dizer que não ou nem dizer.


Nem sei o que escrever, na verdade. To aqui um tempo já, tentando pensar em alguma coisa, pq a cada cena que eu lembro fico tentando traduzir e não consigo. Tudo é conceito e anti-conceito. Aí não dá, senão vira tese ou papo de intelectualóide artístico e pra isso eu não levo jeito.


Então eu vou fazer assim, vou falar que é um filme totalmente ímpar, a trilha sonora é muito boa, muito diferente do comum, aliás, o filme todo sai do comum, tanto que muita gente acha que é de mau gosto, mas isso é só uma forma de negar o que é tão comum que está dentro de você.


Não entendeu nada, né?


Veja o filme e ouça a trilha, que é do mesmo cara que trilhou o Donnie Darko (dá uma fuçada aí no blog que tem post desse filme) e tem coisas incríveis que eu confesso nunca ter ouvido antes.


Falei tudo e não falei nada. Odeio quando isso acontece. Mas, enfim, acontece.




))<>(( FOREVER

FUR - An Imaginary Portrait of Diane Arbus

Esse é o tipo de filme que quando acaba eu faço uma pausa pro cigarro, aperto o play e vejo de novo.

Absolutamente encantador em todos os sentidos. A começar pelo fato de ser sobre Diane Arbus, fotógrafa que sempre admirei, e pela minha já confessa paixão pelo bizarro. Mesmo sendo uma elocubração sobre o que teria inspirado Diane a abandonar sua vida morna e se lançar em clicar um universo cuja beleza está nos olhos de raros. O filme é baseado na biografia assinada por Patricia Bosworth.


Nicole Kidman está mais uma vez fabulosa, mas espetacular mesmo é a interpretação de Robert Downey Jr. , coberto por longos pelos no corpo inteiro, transmite no olhar toda a riqueza, estranheza, encanto, paixão e curiosidade de seu personagem. Falando sério? Eu também me apaixonaria por ele exatamente daquele jeito.

De roteiro muito bem escrito, o desenvolver dos elementos simbólicos que surgem ao longo do filme é bem marcado. O marido deixando a barba crescer quando percebe que está prestes à perdê-la para Lionel, o lance de Lionel sobreviver fazendo perucas de seus próprios pêlos (e mesmo seu nome), o casaco que ele faz para Diane, a forma como ele parte...

No caso de FUR, a trilha é um Score. E, olha, um score incrível. Composta por Carter Burwell, que trilhou os filmes dos irmãos Coen, Velvet Goldmine, Adaptação, Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto e outros.

As músicas Têm toda a sofisticação e o mistério que envolvem o mundo bizarro de Lionel. a música de Diane oiuvia pela calefação, antes de conhecê-lo, ficou na minha cabeça por vários dias, como um fluxo de ondas a me hipnotizar.

A cenografia também é demais. O apartamento de Lionel é incrível. As cores me dão vontade de ver o mundo assim o tempo inteiro. A cena do mar, quele azul por todos os lados, dá pra sentir o vento. O figurino é de matar (eu teria todos os vestido da Diane)...

Enfim, amei tudo. Tesourinho.




500 Days of Summer




Se eu pudesse mudar a trilha sonora desse filme não tiraria nenhuma música do lugar.

Nenhum outro filme fez uma cena de karaoke mais bacana do que a da fofa master, a Summer do filme, cantando Nancy sinatra com sua dancinha linda e seus enormes olhos azuis. Se eu estivesse lá naquele momento, certamente estaria com a mesma cara boba do Tom, outro fofo, bebinho e cambaleante no Pixies que não podia ser música mais apropriada.

E tudo o que toca é bom de ouvir.

Tem outra versão de Here comes Your Man, pela Meagan Smith, que ficou deliciosa.

Sobre Smiths, que eu amo demais, não preciso nem falar. A cena do elevador fala por si. E depois, na versão de She and Hin, tão gostosamente melancólica quanto os próprios-

E aquilo, né: Black Lips no rocabilizinho delícia, Regina Spector, fofura total no comecinho do filme e no meio também em cenas da mais profunda docura e tristeza, The Doves que é aquela coisa súper preguiça que eu sempre ponho pra ouvir numa tarde de domingo, Carla Bruni cantando que mais parece que tá comendo um creme bem docinho, na cama, depois de tranzar. Hall and Oats na magnífica cena do Tom todo feliz depois da primeira noite com Summer, como se o mundo inteiro compartilhasse da sua felicidade explícita. Tem Feist na sua famosa Mushaboon e Kevin Michael, pra fechar com chave de ouro no melhor da balada-de-salão-pra-dançar-de-rosto-colado.

Mas é impossível falar só da trilha porque é impossível não se apaixonar por esse filme.

Fiquei pensando que a Summer é muito como os outros me vêem: independente, corajosa, segura, aberta, desapegada. No fundo eu SOU assim, mas muitas vezes ESTOU totalmente Tom: boba, romântica, insegura e tímida. As melhores fases da minha vida são quando estou SummerTom: um pouco de cada e na medida certa. Bom mesmo é o equilíbrio, sempre. Já fui Summer e já tive uma Summer também, então falo com propriedade: uma Summer precisa de outra Summer porque se tiver um Tom, ah, ele vai sofrer. Também já fui súper Tom e já tive um Tom também e, com a mesma propriedade eu digo: tudo o que falta num Tom é perceber e acreditar que ele é muito mais.

Mas a maior lição do filme (sim, filmes bobos para meninas românticas também têm algo a dizer!)veio nas palavras da irmã do Tom: seu relacionamento não pode ser medido apenas pelos momentos bons. Tudo tem que ir pra balança e, quando for a hora, você tem que aceitar que tem que cair fora e se fortalecer novamente.


Marie Antoinette







Descrevi em cinco linhas minhas impressões e apreciações por esta trilha e pelo filme num num post antigo sobre a Copolla filha, mas no início do ano fiz uma pesquisa mais elaborada para um evento no Dona Teresa (sim, o bar bacanão da família) e quero agora justificar com mais amor minha paixão por esta seleção musical.



Vou começar pela escolha das músicas, que não podia ser melhor. Sofia conta sempre com o bom gosto do amigo Brian Reitzell, do meu queridinho AIR (que trilhou todo o Virgens Suicidas, primeiro filme da Sophia, e fez disso um álbum completo e homônimo da banda).


Trilha totalmente 80's, até o que não é parece ser. Traduz a juventude, o tédio e a loucura que foram o reinado da excêntrica Marie. O tema de abertura, Hong Kong Garden, é de uma fase da Siouxie (ainda com os Banshees) que eu adoro demais, súper menina, menos sombria, não que eu não curta as darks, adoro a Siouxie de qualquer jeito.


Descobri muitas coisas bacanas por essa trilha e virei fã. Bow Wow Wow, súper gritinhos de meninas rockeiras do pós punk é demais - você vai lembrar da música que toca quando Marie e as amigas se acabam em doces maravilhosos, champagne e muitas provas de roipas e sapatos em eternas tardes ensolaradas. Adan and The Ants e seu rocabili anos 80 faz a festa aqui em casa e Radio Dept. , que agora mora pro resto da vida no meu coração e é a coisa mais atual e ao mesmo tempo mais 80's que eu já ouvi em deliciosas baladas cheias daqueles twuiiiins de sintetizador que eu amo.


New Order entra - e não podia faltar - com minha música preferida, Cerimony, numa parte do filme que eu adoro que é o baile de máscaras - Kirten Dunt está ma-ra-vi-lho-sa, toda de preto (que demais aqueel tule preto sobre os olhos) e é nessa festa que Marie conhece seu grande amor.


E tem Strokes, The Cure, Patricia Mabee (nas sonatas), Squarepusher, que misturados às belíssimas composições clássicas fazem de arie Antoinette um filme tão único que, com um repertório tão moderno (mesmo no que foi moderno um tempo atrás) consegue mostras exatamente o que a Copollinha quis: o reinado de um país por um casal tão jovem que viu o tempo passar antes da hora.