segunda-feira

Sofia Coppola




Que eu amo todos os três filmes da Sofia Coppola é fato. Que ela é fã de Air, pós-punk e rock também.

Em Virgens Suicidas, seu primeiro longa, a trilha é todinha do Air, que tem um álbum de mesmo nome que é a própria trilha. O filme é muito bom. Sofia fala de seus temas preferidos: casamento e tédio.

Depois veio Encontros e Desencontros, Lost in Translation. Meu preferido. Novamente o tédio e o casamento. Aqui, a trilha é de responsabilidade de Kevin Shields, ex My Bloody Valentine. Tem música dele, da ex-banda, tem Air outra vez, tem Jesus and Mary Chain. Animal. Mas o que eu queria ouvir mesmo, quando baixei a trilha, era a Scarlett Johansson e o Bill Murray cantando as músicas no karaokê(Brass in Pocket, Summertime-que não tá na cena do karaokê mas é a bela quem canta- e More Than This , respectivamente). Baixei separadamente e valeu à pena. Mais pela Scarlett, que também é uma fofa cantando, tem uma voz também deliciosa e recentemente lançou um álbum.


O mais recente é Marie Antoinette. Tédio e casamento. Achei o filme do caralho e a trilha sonora idem. Também é do Kevin Shilds. Já de cara tem Siuxie And The Banshees, tem Cure, Strokes, New Order com a minha favorita "Ceremony", Jesus And Mary Chain e Air(lógico) , tem um monte de coisas indies que eu dispenso mas as eruditas são belíssimas.

Tô na torcida pra que a herdeira do mestre Coppola venha logo nos agraciar com mais uma de suas delícias para ver e ouvir, sobre o tédio, mas nem um pouco entediante.
Salve Sofia.

Pra vocês, New Order



sexta-feira

Easy Rider


Filme de doidão, trilha sonora de doidão.


A primeira vez que ouvi essa trilha, depois de ver o filme, foi quando o meu pai - outro
doidão - me deu o CD num aniversário meu.


O filme, de
Dennis Hopper, é um clássico da contracultura norte-americana.Conta a história de dois doidões que, com a grana da vende de uma quantidade absurda de cocaína, decidem comprar duas Chopper e rodar sem parar, sem relógio no pulso e curtir a liberdade tão sonhada.
Animal.
Tem Steppenwolf com The Pusher e Born To Be Wild (hinos dos doidões), tem The Weight (que eu aaaaaaaamo), tem Jimmy Hendrix, Byrds... só doideira!!

Vou deixar o vídeo de "Don´t
Bogart Me", mas não repara: é coisa de doido.








Quando eles estão na cadeia conhecem um advogado alcoólatra, interpretado por Jack Nicholson, que resolve se juntar à eles. Nesse momento ele fala o seguinte:

“Eles não têm medo de vocês, mas do que vocês representam. Para eles vocês representam a liberdade. Mas falar dela e vivê-la são duas coisas diferentes. É difícil ser livre quando se é comprado e vendido no mercado. Mas nunca diga a alguém que ele não é livre...porque ele vai tratar de matar e aleijar para provar que é. Você é que corre perigo.”

Se você foi, é ou se amarra num
doidão
, vai pirar no som desse filme.

Mas, não se esqueça:
don´t bogart that join, my friend...

segunda-feira

Cidade de Deus


Falando sério: se eu fosse dar uma festa e não quisesse ver ninguém parado, usaria boa parte da trilha sonora de Cidade de Deus na discotecagem.

A primeira parte da trilha é de responsabilidade de Antônio Pinto e Ed Côrtes, que fizeram também a trilha de Abril Despedaçado. Cheia de samba-funk instrumental, tem sua dinâmica em torno de Zé Pequeno, cuja célebre frase entrou no começo da primeira faixa.

As demais faixas são sambas malandros e alguns dos "hits" mais tocados nos anos 60 e 70, com direito à Cartola, Hilton,Candeia, Wilson Simonal e até Raul(toca Raul!).

Pra fechar a seleção, um remix da primeira música que, à primeira ouvida torci o nariz, mas agora gosto muito. Ficou um tecnosamba que na balada vai muito bem.

Pra vocês eu deixo as minhas preferidas: Alvorada(Cartola),Preciso me encontrar(Candeia) e Nem Vem que Não Tem(de Carlos Imperial, com Wilson Simonal).
Com eles não tem erro!






sábado

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças



Eternal Sunshine Of The Spotless Mind é uma das mais belas metáforas para a
vida eterna na reencarnação em forma de filme.

Pra quem não viu com esses olhos vale à pena assistir ao filme novamente.

Ele tá no meu top10 e a trilha sonora é perfeita. Foi feita pelo produtor,compositor e multi-instrumentista Jon Brion, responsável também pela trilha de Magnólia(entre outras). A escolha das músicas foi fantástica e os score são de matar.

Deixo pra vocês Everybody's Gotta Learn Sometimes na versão do meu freak preferido, o Beck.
Esta música está para o filme como Clementine Kruczynski está para Joel Barish.
Aqui você ouve todas as outras:


“Feliz é o destino da inocente vestal, esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Toda prece é ouvida e toda graça se alcança”. Alexander Pope .

Dançando no Escuro ou Como Aprendi a Gostar da Björk



Até o lançamento de Dancer In The Dark no Brasil eu não gostava nem um pouco dela.

Na real, nunca tinha conseguido ouvir uma só música inteira e também não fazia questão.

Quando lançaram o filme, pensei logo que seria uma tremenda cagada pois além de ter a dita cuja no papel principal era dela também a trilha sonora. Pra piorar, o filme ainda é um musical e, salvo algumas exceções, eu abomino musicais. Mas o filme tinha dois prós que me levaram ao cinema: além da participação da minha diva número um Catherine Deneuve, a direção é do fodão Lars Von Trier.

Quis conferir de perto e caí do cavalo. O filme é MARAVILHOSO, mesmo sendo muito, muito, muito, muito triste. Saí do cinema arrasada, louca pra me entorpecer com alguma coisa e parar de chorar. Fui direto pro banheiro e encontrei mulheres aos prantos, com os olhos borrados e os narizes vermelhos.

Fiquei mal por uma semana, mas como sou fã de sofrer no cinema foi um prato mais do que cheio.

Fiquei extremamente emocionada com o roteiro, com a atuação da Björk, principalmente com a trilha sonora e assim nasceu meu caso de amor com essa figura tão singular.
Essa mulher é extremamente talentosa e, pra quem ainda pensa o contrário, sugiro que assista ao filme.

A trilha tem faixas bem a cara dela, óbvio, com elementos eletrônicos reproduzidos lindamente com palmas e sapateados. As minhas preferidas são "My Favorite Things", que ela canta enquanto aguarda na cela, já quase louca com tanto silêncio, e "Dear Gene", que é a coisa mais doce do universo.

Veja o filme e se apaixone. Ouça o filme e morra de amores.

O vídeo é de I Seen It All


domingo

Diários de Motocicleta




Pra inaugurar o blog vou comentar a trilha sonora deste filme que não paro de ouvir.

Gustavo Santaolla, que também musicou Babel, Brokeback Montain e Amores Brutos, deu ao filme toda a emoção que Walter Salles mostrou na brilhante fotografia e Gael Garcia Bernal e Rodrigo de la Serna com carismáticas atuações.

Pra quem não sabe, Santaella, além de compositor, é também um dos músicos do Bajofondo, grupo "primo" do Gotan Project e afins, que mistura camdombe, tango e milonga com música eletrônica. Muito bom também, ou seja: o cara é o cara.

A trilha expressa ternura, coragem, medo, amor, paixão, carinho e entusiarmo. Elementos que determinam o enredo do começo ao fim.

Aqui vai a lista completa e no site da Amazon dá pra ouvir todas.
http://www.amazon.com/Motorcycle-Diaries-Various-Artists/dp/B0002TQZTO/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1207519439&sr=1-1

1. Apertura
2. Lago Frías
3. Chichina
4. Chipi Chipi
5. Montana
6. Sendero
7. Processión
8. Jardin
9. La Partida
10. La Muerte de la Poderosa
11. Lima
12. La Cilada de Lima
13. Zambita
14. Que Rico El Mambo
15. Círculo en el Rio
16. Amazonas
17. Cabalgando
18. Leyendo en el Hospital
19. El Cruce
20. Partida del Leprosario
21. De Usuahia a la Quiaca
22. Revolución Calente
23. Ao otro lado del Río

A minha preferida é a número 9, "La Partida": uma versão mais enfática da "Apertura". Sou apaixonada por violão e essa música é do tipo que marca, emociona, principalmente pra quem sabe do que se trata o filme.




Mas vou mostrar também a última, "Ao otro lado del Rio", porque tem letrinha pra cantar junto, que sempre é legal.