segunda-feira

Comer, Rezar, Amar





" Às vezes, perder o equilíbrio por amor faz parte de viver a vida em equilíbrio"

Passei um tempo querendo e não querendo ler esse livro porque tenho um certo preconceito com best sellers.

Aí o Neto viu o filme, se encantou e disse que eu tinha porque tinha que ver. Como eu confio em seu bom gosto e ele tem se tornado alguém capaz de me me entender muito bem, resolvi pular o livro e ir direto ao filme.

Ah, mas que putaqueopariu! Ri, chorei, me identifiquei demaaaaais da conta!

E tem mais. né: dirigido pelo Ryan Murphy, do Correndo Com Tesouras e com uma trilha encantadora.

Pra começar que o Eddie Vedder compôs uma música linda de viver especialmente pro filme e gravou outra com ninguém menos que Nusrat Fateh Ali Khan. Tipo, demais.

Na trilha também tem duas belíssimas do Neil Young, tem Marvin Gaye, Josh Rousie, Bebel e João Gilberto, Sly ans The Family Stone, Gato Barbieri, Dario Marianelli, Michael Tyabji. Você vai se apaixonar.

Acho também que a Julia Roberts nunca esteve tão bonita.

Mas olha só, não é apenas mais um filme de menina, sabe?

É um filme de paixão. De entrega. De autoconhecimento. De amor.

É que eu tenho a cabeça no lugar e nenhum tostão no bolso, senão já teria pego uma mochila e saído por aí. Isso vai acontecer, mas não agora.

Acho que a minha palavra de ordem de uns tempos pra cá tem sido CORAGEM.

Coragem pra tomar grandes decisões, coragem pra falar sobre meus sentimentos abertamente, coragem pra me meter em situações que eu não sei onde vão me levar, coragem pra entrar num jogo pra ganhar, coragem pra fazer coisas ainda não feitas, coragem pra viver perigosamente, coragem pra reconhecer erros, coragem pra buscar quem eu sou.

E essa busca, acho que essa busca por si próprio é natural do ser humano. Porque a gente se perde com muita facilidade.

Sei bem como é essa coisa dela se ver no relacionamento perfeito, o marido perfeito, e não ter mais forças pra deitar na própria cama. Porque ela se desencontrou em algum momento. depois ela encontra um cara supimpa, que mostra outro mundo pra ela, faz ela olhar pra dentro de si. E acho que era essa a única missão dele na vida dela. Porque mexeu tanto que ela não poderia mais continuar com ele. Porque ainda não se achara. Tinha que continuar procurando.

E assim que ela se encontra, finalmente encontra seu grande amor e olha só: pensa que ainda não está pronta para o amor. Porque não aceitou o amor por si própria. Coisa louca isso.

É que falar é fácil, né? Viver é que é foda.

Eu tava falando hoje do quanto eu sou movida por paixões. Se não fosse apaixonada pela vida, por gente, por mim mesma, seria tudo tão mais difícil.

E quando encontro alguém apaixonante eu me jogo mesmo justamente por conta do que tava falando outro dia por aqui, tipo, e se hoje for o último dia da minha vida?

Mas é que às vezes a paixão dói um tanto no coração. Olha que engraçado, eu que nunca fui de sentir ciúmes, desses danados de ruim mesmo, senti uma pontada aguda dele hoje mesmo. E me espantei com isso. Que será que tava me acontecendo? Fiquei de cara comigo mesma, uma sensação um tanto incômoda. Passei a mão num cigarro que alguém esqueceu aqui ontem, peguei no isqueiro mas não acendi (boa, to conseguindo resistir bravamente!). Aí pensei: que que o Caligaris fala mesmo sobre o ciúmes? Fui lá no twitter do cara e dou com essa frase: "Alguns não aceitam que, na vida do outro, um desejo qualquer se manifeste. Preferem amar cadáveres". E, na sequência, essa: "Alguns se preocupam em marcar o território e, com isso, se esquecem de percorrê-lo e apreciá-lo". Depois mais essa: "Muitos esperam ter razões para ser ciumentos. Só conseguem amar e desejar na insegurança, na suspeita de estar sendo traídos" e por fim: "Poucos amam a liberdade total de seu parceiro ou parceira. Paradoxo: quando isso é recíproco, a fidelidade é tb total".

Valeu, Contardus. Um passar de olhos por poucas frases e já pude voltar ao normal. E pro meu normal, viver é se permitir e permitir que o outro se permita. Aí, pra fechar, vem o Raul:"Amor só dura em liberdade".

Assim, não posso me deixar levar pela tristeza. Não mesmo. Quando ela vem, eu deixo ela ficar um tiquinho, mas o suficiente pra eu lembrar do quanto o oposto é bem melhor.


Por que eu to falando disso? Porque é isso que acontece quando vejo filmes. As coisas saem de dentro de mim e eu preciso lidar com elas. A arte me emociona ao ponto de revirar minha casinha, sabe?

E a personagem desse filme lindo, em dados momentos, serviu-me de espelho e só alimentou ainda mais minha expectativa de sair por aí, em busca de não sei o que, em busca talvez de mim mesma. Mas pensando nisso, penso em outra coisa: será que essa necessidade quer dizer que não estou feliz? Mas me sinto tão feliz. Acho que no fundo me sinto é um tanto frustrada por estar sozinha. Mas não era o que eu queria? era, até pensar que poderia não estar e isso seria um máximo. Mas não dá pra ser do jeito que eu quero. Seria eu, então, uma egoista? Me rendendo às necessidades do meu próprio ego? Oras, mas é errado então querer que as coisas dêem certo?

Espero que esse vômito me sirva de alguma coisa, espero que eu possa ler esse texto amanhã e depois e depois e já ter pelo menos metade dessas idéias mais claras na minha cabeça. Porque hoje, nesse exato momento, eu vivo na corda bamba da dúvida e da insegurança. Talvez o que me aflija seja justamente não ter o controle da situação. Talvez seja mais fácil encarar isso como mais um teste de paciência e auto confiança. Vou encarar assim! Já deu um certo alívio... Visto que hoje já comi e rezei, já tenho planos interessantes para os próximos dias. = ]








2 comentários:

Lucas disse...

É incrível como a arte, de modo geral, pode mexer com nosso estado de espírito, nos fazendo perceber o quanto somos vulneráveis a sentimentos que, muitas vezes, se manifestam quando nos colocamos no lugar de algum personagem!

Quando a tristeza vier, lembre-se que ela não dura para sempre, e comece a fazer planos para o futuro ao lado de seus amigos quando, certamente, você olhará para trás, com um copo de vodka na mão, e dará risada de todas essas preocupações, que parecerão tão bobas num futuro não muito distante.

Beijos!

Unknown disse...

São idéias de um espírito livre.