domingo

Up in the Air ou (Minha Vida Entre parênteses)

Pois é minha gente, olha a situação desse cara: o emprego dele é viajar o mundo pra demitir pessoas. Sim, isso mesmo. Ele faz o trabalho sujo. Vai de empresa a empresa mundo afora pra fazer o que a maioria dos chefes não tem muito estômago pra fazer.

Lembrei da primeira demissão que precisei fazer: não concordava com o motivo dela e pior, a pessoa era próxima a mim. Ela ficou mal, chorou, eu chorei, nos abraçamos.

Infelizmente agora aprendi como fazer e não me envolver demais.

Mas o emprego do cara tem um lado que me atrai. Essa coisa de não parar em lugar nenhum, de viver por aí, sempre me passa pela cabeça. No fundo eu sei bem o que é isso; como para o personagem do filme, não passa de uma fuga.

Esse filme surgiu de um livro, coisa que tem me atraído muito recentemente. Fuçando num sebo, dia desses, achei o comprei O Leitor e Correndo com Tesouras. Já tinha ganhado o Alta Fidelidade (presente perspicaz, inclusive), o que me despertou para o assunto. Acho que começa aí uma boa coleção: a de livros que deram origem a filmes. Junto, então, três grandes paixões: músicas, livros e filmes.

Me identifiquei com diversas situações do filme. Essa coisa de desacreditar no casamento, em ter filhos, cachorro e tudo isso já foi uma das minhas convicções. Hoje penso diferente. Em todos os sentidos. Acredito no casamento, filhos, mas não desse jeito quadradinho. Até porque estou looonge de ser uma pessoa quadrada. Tudo na minha vida é fora do padrão.

Mas o que me pegou mesmo é quando ele percebe que encontrou sua cara metade e bate à sua porta. E dá de frente com uma realidade totalmente frustrante. Quando ela diz que ele é um parênteses em sua vida, cara... há tempos não me sentia tão sozinha. Eu, que já fui Helena encaixotada, na minha atual situação às vezes me pego entrando no caixote novamente. Foda.

Mas voltemos.

Ultimamente tenho feito algo bem diferente. Estou ouvindo os filmes antes de assisti-los. Baixei uma tonelada de soundtracks e ouvi todas cuidadosamente pra depois ver os filmes. Divertido isso. Havia feito uma vez e me decepcionei, por isso estava arisca pra tentar novamente. Um tempo atrás baixei sem querer a trilha de um filme chamado The Last Kiss. É um score. Uma das minhas OSTs preferidas da minha ampla coleção. É demais, encantadora, ouvia sem parar. Aí assiti o filme e achei ele péssimo! Mas dessa vez foi diferente. Estou adorando cada um.

Com Up in The Air foi assim: comecei a ver o filme e logo de cara curti o som e pus a trilha pra baixar. Mas dormi antes que o filme engrenasse, só que a trilha já tava na mão. Passei uma semana ouvindo e adorando cada música. Só depois vi o filme e adorei também, apesar das sensações que descrevi.

Não posso deixar de comentar que Up In The Air (ou Amor Sem Escalas, como foi traduzido) é do Jason Reitman, que dirigiu Juno também.

A trilha, que foi impecavelmente selecionada por Rolfe Kent, que trilhou Sideways e a abertura da série Dexter. Não preciso falar mais nada, né? Mas digo que tem Sharon Jones, Grahan Nash, Elliot Smith, Roy Buchanan, duas composições do próprio Rolfe e outras cositas mais que vão agraciar seus ouvidos. Muito, muito boa.

Então ta. Um beijo.






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