sexta-feira

I'm Not There


Um filme pra quem realmente gosta de Bob Dylan, pois retrata sua trajetória musical através de cinco personagens distintos, que representam os mitos que permearam sua carreira. Os personagens foram muitobem representados por um grupo de atores escolhidos à dedo. E suas histórias se intercalam  no decorrer do filme, trilhado pelas canções que mais marcaram cada fase. 

Os fãs devem ter assistido na época de seu lançamento, em 2007. Eu fui mais lerdinha e só vi essa semana. A fotografia, pra mim, é o TOP do filme.

Uma biografia não-convencional.

Woody Guthrie, personagem representado pelo jovenzinho Marcus Carl Franklin (foda o moleque, que também fez o sensacional Be Kind Rewind) representa o mito de sua genialidade e marca as raízes do folk e sua necessidade de cantar sobre seu tempo e seu povo.

Cristian Bale representa a contracultura, seu relacionamento com a música gospel, seu envolvimento com Joan Baez (Juliane Moore ficou parecidíssima) e a forma como era visto como "pregador" de seus ideais e de toda uma geração revolucionariamente caipira.

O personagem de Heath Ledger mostra seu flerte com o cinema, seu relacionamento com a imprensa e realções familiares. Olha, o Heath Ledger (que está deslumbrante) era um lindo, a Charlotte Gainsbourg é uma puta atriz, mas achei que demoraram muito nesse personagem. Daria mais tempo ao personagem do Cristian Bale, pela importância da fase que ele representa. 

Aí tem o personagem do Richard Gere. O cenário e as canções que o envolvem são maravilhosos, assim como a forma que retrataram um Bob Dylan súper Billy The Kid num enredo nonsense e surreal. O cenário e as canções que o envolve são maravilhosos. Me remeteu muito ao clima das músicas do Beirut e os figurinos são encantadores.

Logo no início do filme vem o lindo Ben Wishaw (que fez o Grenouille de O Perfume e o irmão do Dexter da série, lembra?). Eu ainda não tinha entendido a dinâmica do filme, e por seu discurso pensei que era o Willian Burrougs, mas ele é o lado poético de Dylan. Eu acho. rss

E, por fim, Cate Blachett, uma de minhas atrizes preferidas, matando a pau e merecendo total o Oscar de melhor atriz coadjuvante. Ela é o próprio Dylan na aparência, trejeitos, voz, na fase em que ele se joga nas drogas e na guitarra elétrica, na cultura pop e no estilo blazé. Retrata novamente seu relacionamento com a imprensa e também seu flerte com o cinema e o encontro com os Beatles e o figura genial Allen Ginsberg.

Assim, um dos filmes mais bacanas que já vi. Me lembrou muito a dinâmica usada no Velvet Goldmine pra contar a história do movimento Glam, com personagens que remetem aos ícones da época. Aí descobri que é do mesmo diretor, Todd Haynes. Fuééé.

Devo ter ouvido Bob Dylan minha infância toda, meus pais gostam muito (mais minha mãe), mas a primeira vez em que ouvi com consciência foi aos 11 anos, quando o Léo (amigo de mami) me emprestou uma fita K7 (aff, como tô véia) com o Infidels, seu 22 álbum de estúdio e um dos meu preferidos.

Recomendo súper. O filme e o Bob.

O som aí embaixo é um cover, mas é da forma que está no filme e gostei bastante da versão.




Nenhum comentário: